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Cúpula do Brics no Brasil discute IA, comércio e conflitos geopolíticos após expansão do bloco

Adesão de novos países trouxe desafios para equilibrar posições conflitantes. O Brasil procura estabelecer uma agenda com menos riscos diplomáticos. Negoci...

Cúpula do Brics no Brasil discute IA, comércio e conflitos geopolíticos após expansão do bloco
Cúpula do Brics no Brasil discute IA, comércio e conflitos geopolíticos após expansão do bloco (Foto: Reprodução)

Adesão de novos países trouxe desafios para equilibrar posições conflitantes. O Brasil procura estabelecer uma agenda com menos riscos diplomáticos. Negociadores apresentam documento com propostas que serão discutidas na Cúpula do Brics no Brasil Começa neste domingo (6) a cúpula do Brics. Neste sábado, (5), negociadores apresentaram o documento que vai ser discutido no encontro. Na véspera da cúpula dos chefes de Estado, mais de mil lideranças do setor privado dos países que integram o bloco participaram do Fórum Empresarial do Brics, na zona portuária do Rio de Janeiro. Eles discutiram temas como segurança alimentar e transição energética. A cúpula do Brics no Brasil será a primeira reunião de chefes de Estado do bloco depois da expansão do grupo, decidida em 2023. O Brics dobrou de tamanho e agora tem 11 membros permanentes. Nações com regimes autoritários estão, agora, em maior número dentro do bloco. Rússia e Irã estão diretamente envolvidos em guerras. A adesão de novos países trouxe desafios para equilibrar posições conflitantes. O Brasil procura estabelecer uma agenda com menos riscos diplomáticos. Pela manhã, o presidente Lula defendeu diretrizes conjuntas para o uso da inteligência artificial. Sem mencionar as novas tarifas aplicadas pelo governo dos Estados Unidos, falou sobre a importância do multilateralismo no comércio. “Os onze membros plenos do Brics já superam 40% do PIB global em paridade de poder de compra. Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional”, afirmou Lula no Fórum de Empresários do Brics, no Píer Mauá. Lula também participou de reuniões bilaterais com chefes de Estado. A cúpula será realizada no Museu de Arte Moderna do Rio. O encontro é precedido por reuniões de representantes do alto escalão dos governos, que acontecem também no Rio de Janeiro. Numa reunião em abril, os chanceleres dos países-membros do Brics não chegaram a um consenso sobre a declaração final. Havia divergências. Agora, negociadores finalizam um documento conjunto com propostas que serão discutidas pela cúpula. Segundo fontes que participam das negociações, os pontos mais sensíveis tratam da demanda de reforma do Conselho da ONU, da situação dos palestinos em Gaza e dos conflitos no Oriente Médio envolvendo Irã, Estados Unidos e Israel. No documento principal, negociadores expressam sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais, inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Outras declarações conjuntas tratam de parcerias para fortalecer os sistemas de saúde e prevenção de doenças. A ideia é que os membros do Brics aprimorem iniciativas para expandir o acesso a áreas remotas, melhorem as condições de saneamento e moradia, combatam a desnutrição e a pobreza com tecnologias inovadoras. Os países do Brics também reconhecem a inteligência artificial como uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento, mas destacam a necessidade de ações de governança global para lidar com os riscos potenciais. A aprovação final do texto será decidida pelos chefes de Estado e governo, e a decisão será anunciada no encerramento do encontro do Brics, na segunda-feira (7).